quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

avessos

uma das almas que habitam em mim assim escreveu:
Sob a prataria me debruço e o que vejo lá me surpreende...
Vejo um par de olhos carregados de uma inquietude ímpar,se uma sofreguidão áspera,cinza...
Vi meu s olhos..ou melhor, assustei-me com meu olhar...
Tentei falar de amor comigo mesma e a descrença me enojou..desisti..calei-me...
Reiniciei o impávido diálogo comigo mesma e perdi-me nos enfadonhos comentários que fiz sobre uma teoria apócrifa de felicidade,baseada em pessoas, em relações,em sonhos...e novamente enojei-me..pedi uma bebida qq que a cor destoasse daquele olhar acinzentado que vi e mergulhei num vermelho ensurdecedor,caótico,robusto...e então vermelho ficou o ar,o beijo que eu teria dado,o clip retrô da TV a cabo,as palavras que me circundavam...
Onde estava meu amor próprio quando eu falei em corações partidos,juras não cumpridas e finais de livros inóspitos???
Por onde andava eu quando gritei seu nome?(mas...que nome gritava eu?quem é você,senão imagem surreal de ausência de amor?)
Agora há pouco,enquanto eu falava pesarosamente comigo mesma,lembrei-me que tenho sim uma idéia de amor...mas é uma idéia destoante do que as pessoas praticam...minha idéia é akela do mais puro amor platônico,surreal,denso..tristemente lindo...essa é minha idéia de amor...não essa que os coraçõe ociosos teimam em sentir:jogar-se por inteiro sobre o outro,ser fardo e criar fardos...isso não pode ser amor;isso é dependência e dependência cria vínculos doentes,falhos,vãos!
(escrito em 15/11 por descuido postado somente agora)

2 comentários:

Luiz Orlandini disse...

Somos todos amaldiçoados pela bênção do juízo, a bênção às avessas que só o entendimento garante. O entendimento de que não existem fórmulas prontas de felicidade e que somos todos tudo isso ao mesmo tempo, prazer e dor, espinho e flor... A dualidade comovente de que é capaz só quem não se prende, não se rende ao que é comum. O amor é livre, e segundo já li por aí, "a liberdade é o que nos prende", e mais uma vez circundamos de verdades a dicotomia eterna dos seres completos, metade amor e a outra metade também, metade dor e a outra metade... também. E mais uma vez ressaltamos as diferenças existentes entre as coisas de mesmo nome, o amor que salva - livre e leve - e o amor que mata - corrosivo e possessivo. A dor que ensina e a dor que afunda. E mais uma vez você me rende com seus textos, sempre belos e carregados de sabedoria, Shakespeare encontra Byron numa Noite na Taverna para tomar uns tragos do que de mais forte e insólito se serve por lá... quisera eu ser um dos presentes a tomar desse copo! Parabéns mais uma vez pelo brilhantismo! Beijo enorme, sempre saudoso!

Pedrinho disse...

Çá sinhora!!!!

Flávia que texto perfeito!!!E viva o amor e que ele seja livre para podermos ter esse grande sentimento por um monte de pessoas lógico de uma maneira diferente com cada um!hahahaahahha

Parabéns pelo brilhantismo!!!!

Beijos