terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Ode a um fim qualquer que eu não quero

Desate nós, me fiz fogo e água e ainda deixei-me para o éter...faça o mesmo por você!
Construa teus castelos mas nunca em cima das minhas ilusões...sou mais que isso..sou areia escorregando por entre seus dedos ...
Quero mais que seu beijo estéril,quero o muito de mim que me fora extirpado pelo teu egoísmo;
Quero a incoerência sagrada dos meus atos torpes e desmedidos que você tanto censurou!
Vá logo e me prive do amargo espetáculo da tua decadência: eu não preciso disso, já vi lágrima demais, mentira demais... Falsidade demais!
O ar que eu respirei quando você estava por perto era pesado, fétido, nocivo. Agora respiro outros ares, vou a outros mundos e não há grilhões que me façam ficar,nem os seus...aliás,esses,eu já rompi faz tempo e só você não percebeu!
Enquanto você se apega a um passado que você mesmo estragou, eu construo um futuro cheio de presentes...cheio de essência ao invés de perspectivas falíveis!
Já vou..cansei da sua falta de si mesmo,cansei do seu vazio estúpido,cansei da sua cegueira desmedida,quando se trata de algo além de você mesmo!
Deixo-te não com meu ódio, mas com meu pesar e com um conselho: acorde, saiba que viver é mais que esperar por algo ou alguém!

Um comentário:

Luiz Orlandini disse...

Uma expressão "Charliebrownesca" para começar meu comentário sobre o belo texto: "que puuuuxa..."
É essa a expressão pasma de quem lê e compreende que em certos momentos não há que se achar o sujeito, mas há de se acreditar nos predicados embutidos na fluidez dos pensamentos. Como qualificar quem deixa e quem é deixado? Quem acorda, quem falha, quem prende e quem liberta? Em tempo, vale a leitura entrecortada, cujo passado só se mostra adiante, e o futuro introduz o presente, e o que se tem é um compêndio perfeito de como gozar a liberdade, de como acreditar em si mesmo, de como aceitar o mundo como ele é. Façamos de todo fim um novo começo, pois como seres humanos, devíamos à muito tempo ter percebido que força é escolher viver com fraquezas, pois se são as fraquezas que impõe fins prematuros, são essas mesmas fraquezas que determinam finais coerentes, e são esses os que proporcionam novos inícios...
Beijos enormes, sempre saudosos!