Prece pelo perdido.

Eu sumi de mim mesma… Durante aproximadamente uns 8 anos eu estive ausente de minha vida,delegando à sorte e ao destino o meu amanhã e agora eu sou cobrada por isso e não tenho muito a dar em troca dessa tranquildiade dos últimos anos... Nunca fui preguiçosa,tampouco ambiciosa,nunca fui relapsa,tampouco atenta,nunca fui ingênua,tampouco perspicaz... Nunca corri atrás do meu destino e agora que eu tenho 28 anos,a cobrança pelo que não fiz,me tira noites de sono! Quisera eu ter tido a leveza de outrora mas com o senso de responsabilidade de hoje! Quisera eu ter me permitido amadurecer o suficiente para me preparar para o destino,sem o medo mórbido de deixar de viver alguma pérola da juventude...eu poderia facilmente ter conciliado isso e não o fiz... Hoje é isso que eu tenho:auto-cobranças,nada infundadas,futuro incerto,nada atrativo,nem de longe parecido com a vida de aventura e liberdade que eu sempre almejei; medo,fobia do amanhã e uma sensação de inutilidade que me faz sangrar na alma... Eu preciso tomar um caminho certeiro em minha vida,mas nem para isso tenho tido clareza,só consigo vislumbrar os obstáculos pela frente,sem ao menos me dar conta de que o maior obstáculo é minha apatia quanto minha própria vida! Sei exatamente onde estão os meus erros,mas como se eu estivesse vendada,é como se eu não os visse,não os consigo tocar,não os consigo consertar... Planos?nenhum...como a palavra de ordem é medo,é o temor da decepção que me impede de traçá-los... Deus do céu, me ajude a mudar isso...me ajude a achar meu lugar no mundo,a me identificar e realizar com esmero algo que não só preencha a minha alma,mas também surta efeitos positivos na vida do outro! Ajude oh pai,ajude essa menina-mulher que não quis crescer quando era hora e agora teme o mundo e a vida!

O desencontro e o canto…aquele que nunca surge à toa...

Sabe aquela fase de vida onde Murphy reina soberano?Onde as probabilidades pendem desavergonhadas, todas para o lado negro da força(que me perdoe o Darth)?
Pois é,nesses dias a gente experimenta oum pouco do pior de nós mesmos...
Seja pela descrença no próximo,seja pelas oportunidades que se esvaem sem que você tenha chance de tocá-las,seja pelo brio,que não se perde e é por isso mesmo que se sofre mais...
Ouvi de um certo alguém muito especial o seguinte: “todo mundo tem seu preço,só que o meu é muito caro” e me identifiquei muito com isso...meu preço é alto,tão alto que a sensação de desterro e desacerto com o mundo, tende a ser uma constante nada sutil...
Vivo feito Dom Quixote,brigo com meus moinhos de vento...
Ora eu me sinto sem muita força de vontade,por conseguinte,sem muita razão em esbravejar contra os perrengues todos pelos quais venho passando...ora me sinto uma injustiçada e sem saber onde,como e quando reivindicar meus direitos ...que direitos?Ora me sinto a mais agraciada ds criaturas de Deus....Eis a questão.
Passam os dias,e vez ou outra vem alguma boa nova para me fazer sorrir e eu a maior das crédulas,caio ingênua nessa rede do destino e passo a crer piamente no bem,no melhor...insisto em nutrir a teimosa vontade de ser feliz...insisto em ser a mesma menininha de 3 anos que acreditava que o pai estava enxugando gelo ou lavando carvão,só porque o vovô assim contou ao telefone...insisto em acreditar nas pessoas e na sorte...
E como tudo é cíclico,não tarda a voltar a sensação de que a felicidade é uma invenção de poetas,de que nada dá certo,de que Vinícius tinha razão ao cantar que “tristeza não fim,felicidade sim”....logo depois meus gatinhos fazem alguma traquitana,ou ganho um abraço apertado do meu menino anjo e tudo volta a ser da cor verde da esperança...
Vai entender ,né?Só peço a Deus força para não cair nessa montanha russa...