segunda-feira, 29 de março de 2010

O desencontro e o canto…aquele que nunca surge à toa...

Sabe aquela fase de vida onde Murphy reina soberano?Onde as probabilidades pendem desavergonhadas, todas para o lado negro da força(que me perdoe o Darth)?
Pois é,nesses dias a gente experimenta oum pouco do pior de nós mesmos...
Seja pela descrença no próximo,seja pelas oportunidades que se esvaem sem que você tenha chance de tocá-las,seja pelo brio,que não se perde e é por isso mesmo que se sofre mais...
Ouvi de um certo alguém muito especial o seguinte: “todo mundo tem seu preço,só que o meu é muito caro” e me identifiquei muito com isso...meu preço é alto,tão alto que a sensação de desterro e desacerto com o mundo, tende a ser uma constante nada sutil...
Vivo feito Dom Quixote,brigo com meus moinhos de vento...
Ora eu me sinto sem muita força de vontade,por conseguinte,sem muita razão em esbravejar contra os perrengues todos pelos quais venho passando...ora me sinto uma injustiçada e sem saber onde,como e quando reivindicar meus direitos ...que direitos?Ora me sinto a mais agraciada ds criaturas de Deus....Eis a questão.
Passam os dias,e vez ou outra vem alguma boa nova para me fazer sorrir e eu a maior das crédulas,caio ingênua nessa rede do destino e passo a crer piamente no bem,no melhor...insisto em nutrir a teimosa vontade de ser feliz...insisto em ser a mesma menininha de 3 anos que acreditava que o pai estava enxugando gelo ou lavando carvão,só porque o vovô assim contou ao telefone...insisto em acreditar nas pessoas e na sorte...
E como tudo é cíclico,não tarda a voltar a sensação de que a felicidade é uma invenção de poetas,de que nada dá certo,de que Vinícius tinha razão ao cantar que “tristeza não fim,felicidade sim”....logo depois meus gatinhos fazem alguma traquitana,ou ganho um abraço apertado do meu menino anjo e tudo volta a ser da cor verde da esperança...
Vai entender ,né?Só peço a Deus força para não cair nessa montanha russa...

Um comentário:

Luiz Orlandini disse...

Se a felicidade é "só" algo inventado, não sei dizer, mas se é com certeza ela não é obra dos poetas. Dos poetas, penso eu, parte apenas sua cara-metade, a tristeza inventada, ultra-romântica, como aqueles que às vezes somos, até porque é legal de quando em vez pensar assim.
Acontece que não se vive de sobressaltos, e são esses que deixam o mundo cada dia mais bipolar. Não podia, afinal, ser diferente: nos contam o tempo inteiro de que "tudo está no seu devido lugar". Os telefones sempre vão funcionar, nossos chefes têm por capacidade encher os nossos olhos de lágrimas, e nos comerciais de margarina tudo é tão perfeito quanto somos capazes de pagar pela perfeição. E quando o telefone emudece, o bolo não cresce ou o chefe pisa na bola, tanto maior é o tombo, pois a velha e boa expectativa cresceu, forte e sadia, ainda que escondidinha num canto de armário. O ser humano é assim, na sua luta por se divinificar, só se faz mais humano, falível, volátil.
Só depende de nós, entender as imperfeições e acreditar que os latidos dirigidos a nós é só para nos proteger ou espantar quem (ou o que) nos perturba, nunca para nos ameaçar. Beijo grande e tudo de bom sempre!