domingo, 20 de janeiro de 2008

dói aprender a viver...

Ontem eu falei de mim..anteontem também...hoje quero me atrever a falar de mim de novo...falar de sonho,de desejo,de saudade e de sofrimento...quero hoje falar de mim com a tônica mais verdadeira que minha alma calada possa me permitir...
Não venho mentindo,não venho me escondendo atrás de história alheia...só estou no ápice da minha omissão e isso já esta a me sufocar há um certo tempo....
Hoje preciso falar que de mulher só tenho idade;tem uma menina que não cresce nunca em mim...uma menina que chora quando tem medo,que abraça o travesseiro quando tem receio ou dor,uma menina que sonha em sonhar colorido de novo...
Uma menina que tem no gatinho seu melhor amigo e que tem nos outros amigos a metade da alma...
Preciso mostrar-lhe, meu espelho,que a menina aqui,as vezes também precisa de colo..as vezes chora quando lê um poema ou assiste a um filme tristonho de fazer doer o coração...
A menina aqui deixou as barbies mas só porque lhe disseram que era hora de brincar de viver...então a menina aqui chorou...
Chorou porque quando eram bonecas,o final da brincadeira era sempre de acordo com o caráter de cada uma delas...as más acabavam levando uma lição..as boazinhas ficavam felizes e levavam uma vida cheia de fortes emoções...
brincar de viver não é assim:
Esqueceram de contar para a menina aqui, que a vida não é uma brincadeira de Barbie, ou um conto de fadas..esqueceram de contar para menina que as vezes chora no canto por não conseguir mudar o final da brincadeira.,que brincar de viver não é o mesmo que viver brincando...
Lembro-me bem de ter dito no primeiro ano de faculdade, que queria que meu pai me tirasse do mundo cor de rosa em que fui colocada... Ele não precisou fazer isso. A vida se encarregou de tudo... Meu mundinho cor de rosa parou e eu caí dele ...caí direto para a realidade e como não a consegui mudar calejei-me com as quedas e os embates que me aguardavam...
Mas também há de se dizer que hoje, a menina que chorava por não estar em suas mãos o futuro da brincadeira Vida,aprendeu a sorrir; e aprendeu que a cada tombo, se conhece melhor o chão que se pisa...(nada como ter o solo próximo aos olhos por segundos para valorizar por anos o que é uma cabeça erguida de quem aprendeu a viver de fato!)
Estou longe de ser uma mulher bem resolvida, uma cidadã de caráter ilibado, de conduta exemplar... Prefiro pensar que ainda sou uma menina, subversiva às vezes; mas só uma menina... Uma menina que sabe que já não cabe a ela somente o destino de todas as personagens da sua “brinca-vida”...
A menina que não quer crescer, já sabe o que adversidade, negação e insurreição...
A menina que não quer crescer aprendeu a viver...

Um comentário:

Luiz Orlandini disse...

Seu menino se viu no espelho e fez a única coisa que poderia ter feito: chorou...

(prometo comentar direito em breve...)

Te adoro!